Colecionando Discos de Vinil - Brazilcult.com
Porque colecionar discos de vinil?
O que torna os velhos discos de vinil ainda tão interessantes e procurados?
Serão eles realmente melhores do que as mídias digitais modernas, tais como DAT, CD, MP3?
O que torna os velhos discos de vinil ainda tão interessantes e procurados?
Serão eles realmente melhores do que as mídias digitais modernas, tais como DAT, CD, MP3?
Essas e outras perguntas estão sempre visitando a
mente dos amantes da música. Vamos, então, tecer algumas considerações
sobre o tema:
- O tipo de música que você aprecia escutar deve estar disponível em
Disco de vinil. Se você é o tipo que gosta de músicas lançadas após
1996, talvez você não consiga encontrá-las em vinil.
- Você necessitará adquirir grande quantidade de equipamentos,
acessórios e fazer alguns procedimentos para atingir o melhor do som do
vinil. Só assim se pode ouvir e perceber a diferença entre discos de
vinil e outras mídias digitais.
Recomendamos enfaticamente alguns produtos, a fim de que você possa atingir o Nirvana da música:
- Compre um toca-discos de marcas tipo Thorens, Technics (SL-1200 é
uma boa opção), Audio Technica Denon, VPI, Music Hall e os modernos
(compatível com USB) Numark, Gemini, Stanton, Vestax ou outros similares
do mesmo nível.
- Use agulha e cápsula de alta-fidelidade sonora, como o Shure V15-Type V, Audio Technica ou similar.
- Faça um ajuste criterioso em seu toca-discos. Isso inclui o
nivelamento dos pés, equilíbrio, força e peso do braço, alinhamento da
agulha e correta regulagem de anti-skating.
- Compre um pré-amplificador para toca-discos, com correção da curva
RIAA. Usamos o Rane PS-1 e ART USB Plus: Eles não são caros e funcionam
muito bem.
- Uma máquina para lavar discos é sempre bem-vinda. Sugerimos marcas
como VPI 16.5, VPI 17 ou Nitty Gritty, ou mesmo outros similares.
- Adquira também uma pistola antiestática. Sugerimos Zerostat e escova de fibra de carbono antiestática, tipo Audioquest ou outra.
Seguindo tais recomendações, discos de vinil certamente se tornarão seu modo preferido de colecionar e ouvir música.
Todos sabem que o disco de vinil está na moda e
existe uma febre crescente a esse respeito — mesmo os adolescentes estão
os procurando por eles loucamente. Por que será?
A) O Som
O som analógico "impresso" na superfície disco de
vinil é muito mais honesto e natural do que os digitais, tais como DAT
ou CD. Sons graves são mais encorpados, redondos e ricos em harmônicos.
Os vocais se fazem mais presentes, proporcionando uma sensação de
"corporeidade". Os pratos tinem como bronze. A espacialidade da “imagem
sonora” possui um aspecto tridimensional que permite uma sensação maior
de espaço em torno dos instrumentos, fazendo com que o som de cada um
apareça como realmente foi tocado. A sonoridade total de um disco é
aberta, ampla, plena de profundidade.
DISTORÇÃO ANALÓGICA
Outro ponto a ser considerado, no tocante ao som: A
distorção analógica, dentro de alguns parâmetros, é extremamente
agradável. Muitos engenheiros de som, ao masterizar um álbum da fita
para a mídia de vinil, gravavam com alto SPL (nível de pressão sonora)
permitindo picos de até + 3 DB (o dobro da potência). Isso gerava uma
relação Master Tape/Sulco do master do vinil maravilhosamente agradável e
morna, conhecida como "distorção musical".
DISTORÇÃO DIGITAL
Por outro lado, quando o sinal digital ultrapassa 0 DB, ouve-se um sinal distorcido terrível...
VOLTANDO AO SOM PROPRIAMENTE DITO
No som do CD, a região dos graves apresenta-os mais
planos, em uma visão bidimensional, conferindo ao som menos profundidade
e amplitude. O timbre muitas vezes é menos preciso e fiel. Os vocais
são menos encorpados e se parecem mais com um “rascunho”. Os pratos da
bateria soam congelados, fracos, estridentes. O som do CD achata a
inteira imagem sonora da música.
Façamos uma analogia entre dois formatos diferentes
de cinema: O som analógico de um disco de vinil seria semelhante à
película de celuloide, enquanto o som digital do CD seria uma fita de
vídeo (DVD / Blu-Ray). Assistindo a um filme de celuloide verdadeira, em
uma sala de cinema, projetada pela luz sobre uma tela grande, o
espectador percebe nitidamente a tridimensionalidade da imagem. Em um
filme revelado sobre celuloide se vê mais vivacidade e riqueza de
detalhes. Tanto as imagens quanto as cores são mais definidas. Os
detalhes apresentam-se mais reais e vibrantes. O maior contraste
conferido à película torna as imagens mais perceptíveis e suas nuances
apresentam muito mais força. Já a fita de vídeo (VHS, DVD, Blu-ray ou
qualquer nova mídia fantástica a ser criada) capta a essência do filme,
mas não faz a tradução correta de todas as sutis variações citadas.
B) Arte visual das capas dos discos
Também o tamanho da capa do álbum do vinil é vital
para se destacar detalhes gráficos do projeto visual. Certas capas de
álbuns são verdadeiros objetos de arte! Elas fornecem o suporte
fundamental para introduzir e expressar a identidade das canções
contidas no LP, algo como a continuidade do projeto do músico que
“migra” para outra forma de manifestação artística. As capas têm como
proposta traduzir, em imagens, a "alma" das músicas do álbum. Graças às
dimensões da capa dos discos de vinil torna-se mais fácil visualizar
detalhes. Também é possível a criação de novos formatos, uso de
materiais, texturas e outros dispositivos que podem ser livremente
explorados pelo designer, mas somente em discos de vinil.
No CD, devido aos limites de seu tamanho, detalhes e
riqueza estética (próprios do LP) se perdem — sem falar na questão de
novos formatos. Isso nos lembra a comparação feita entre o filme em
celuloide versus vídeo, estão lembrados?
E, não raramente, é impossível ler informações
técnicas ou acompanhar as letras das músicas, por causa do tamanho
minúsculo da fonte utilizada no encarte!
C) Durabilidade
Discos de vinil possuem uma vida útil bem mais longa
que o CD. Os discos de vinil não se corroem e desgastam naturalmente,
com o passar do tempo, como acontece com o CD.
Se você mantiver seus discos limpos e armazenados
corretamente, eles durarão uma vida inteira! Isso permite ao usuário
reviver antigas emoções exatamente como as experimentou no passado.
Finalmente (mas não menos importante), pessoas que
viveram a era de ouro dos discos de vinil têm a oportunidade de reviver
sentimentos e emoções que experimentaram, quando ouviram esse mesmo
álbum no passado. A capa, as fotografias, o cheiro da impressão e do
papel, a textura e o peso da capa, tudo remete a sensações maravilhosas e
íntimas. Sem falar na MÚSICA — a trilha sonora de sua vida! Essa
experiência traz muita emoção e boas lembranças.
Já os mais jovens, que não curtiram esse tempo, têm a
chance de atravessar o túnel do tempo e experimentar exatamente como
era, lá e então.
- O CD não é tão caro quanto um LP. E o equipamento também é mais barato do que o do LP.
- Tamanho: A pequena dimensão do CD torna mais fácil seu
armazenamento e portabilidade. Além disso, MOBILIDADE (a palavra do
momento)! Ele, facilmente, pode ser tocado em CD Players como Discman e
transportados a qualquer lugar.
- No CD, é mais fácil localizar e acessar qualquer ponto da música.
- No CD, é mais fácil repetir uma faixa, o disco todo ou apenas um trecho da canção.
- O som do CD é assepticamente limpo (para alguns, esterilizado). Ele não apresenta cliques, estalos, ruído de superfície. O CD possui uma melhor relação sinal/ruído, além disso sua faixa dinâmica é bem melhor que a do disco de vinil.
No processo de gravação e masterização, o CD é
submetido a um menor grau de compressão, permitindo gravar os sons sutis
(pianíssimo) e forte (fortíssimo).
Agora, se você se sente confuso e me perguntaria se,
afinal, eu ainda ouço CD, eu lhe respondo... Claro que sim! Além de
possuir uma fantástica coleção de discos de vinil, também tenho uma
coleção de CDs de peso. Nós, amantes da música, devemos nos sentir
livres para discernir quando é mais apropriado ouvir um CD ou um disco
de vinil.
Se minha intenção for, por exemplo, tirar parte de
uma canção, como fazer a transcrição musical da harmonia (acordes),
riffs de guitarra ou solos de uma melodia, o CD é, de longe, a melhor
opção. Nele, é mais fácil localizar uma passagem, por meio do looping,
repetindo-o quantas vezes for necessário. Mas se desejo ouvir uma música
com toda sua riqueza sonora (com direito à arte gráfica e uma ficha
técnica legível), opto pelo disco de vinil — sem dúvida!!!
Para finalizar, gostaria de fazer uma última
comparação ilustrativa entre as duas mídias, CD e LP: O CD poderia ser
comparado ao fast food que combina velocidade, praticidade,
conveniência e algum teor nutritivo. É feito para aqueles que não têm
tempo a perder, quando defrontado com as demandas diárias.
Já o LP, ao contrário, faz o papel da refeição
encarada como um ritual refinado, sem pressa, verdadeira sinfonia de
sabores que deve ser apreciada dentro de outra dimensão de tempo — lá
onde se estabelece a convivência.
Desejamos-lhe a melhor escuta e, acima de tudo: Seja bem-vindo a esta grande aventura!